Quando me perguntam qual o meu vinho preferido, respondo de pronto: os grans reservas Azul e DiamAndes. É bem verdade que ainda há uma longa caminhada para conhecer os melhores vinhos, mas até aqui esses dois são os que mais me agradam. É uma questão de gosto. Aprecio os vinhos muito encorpados, com álcool equilibrado. Mesmo pesados, devem ter aquele paladar que resulta em prazer, sem agressões aos nossos sentidos.
São dois grans reserva pouco conhecidos por aqui, ambos cortes de malbec e cabernet sauvignon, bem amadeirados. O Azul tem uma produção anual de mil garrafas e ainda não está disponível para os enófilos brasileiros. Já o DiamAndes acabou de chegar ao País, trazido pela Grand Cru e ainda não percebido nem pela mídia, nem pelo público.
Eles têm algumas coisas em comum. São produzidos no Vale de Uco, Mendoza, aos pés da Cordilheira dos Andes. Trata-se de uma região que vem ganhando espaço na viticultura argentina, com produção de uvas potentes que rendem vinhos na mesma potência. São tão encorpados que as lágrimas vacilam em descer pelas laterais das taças. Na boca, um persistente gosto de frutas maduras, o que é facilmente percebido também pelo olfato.
O DiamAndes chegou a R$ 165 a garrafa e o Azul está sendo aguardado: as primeiras garrafas estão a caminho do Brasil e deve custar na faixa de R$ 120, R$ 130. Valem a pena para os grandes momentos!
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Alejandro Fadel e José Rodrigues no restaurante Tupungato Divino |
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Jean-Jacques e José Rodrigues na DiamAndes |
Enquanto a Azul é extremamente simples (o restaurante está ficando pronto, quando mudará a recepção aos turistas), a DiamAndes tem um projeto arquitetônico fantástico, que consumiu grandes investimentos. O visitante é recebido numa sala que lembra os laboratórios e ali desgusta os belos vinhos produzidos com um rigor absoluto.
No confronto dos vinhos, fico dividido: gosto demais dos dois. Coisas da paixão. Também há empate nas degustações, a informal de La Azul e elegante da DiamAndes. Só mesmo o enólogo português Paulo Laureano me salva com sua excelente frase: “Não que um seja melhor e o outro pior; são diferentes”. Em termos de arquitetura, não há o que discutir: a DiamAndes é uma das mais belas bodegas que conheço.
José Rodrigues
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