domingo, 31 de agosto de 2014

As agradáveis surpesas na Masi Tupungato


E eu que pensava que a Masi Tupungato era apenas uma experiência excêntrica da italiana Agrícola Mais. Afinal, produzir uvas corvina e pinot grigio em terras argentinas, passificá-las e combiná-las com malbec e torrontés para produzir vinhos bem diferentes podia ser só um sonho colocado em prática.
Já conhecia o Passo Doble (malbec-corvina) e Passo Blanco (pinot grigio e torrontés) e o 100% malbec, uma exclusividade do mercado brasileiro. Reconhecidamente, são vinhos argentinos com alma italiana. Faltava o Corbec (corvina-malbec), o top de linha e considerado o Amarone da Argentina.
Com todas essas ideias na cabeça, fui ver de perto essa experiência única. Numa manhã quente de inverno mendocino, fui recebido pela responsável pelo turismo da bodega, a simpática Anabel Contino. E aí começaram as surpresas:
1. A Agrícola Masi tem 150 hectares de vinhedos em Tupungato, 90 dos quais plantados. Para chegar à corvina e à pinot grigio, quase todas as uvas italianas foram testadas. Tudo de forma sustentável, orgânica. A bodega busca a certificação de orgânica para seus produtos.
2. Quase toda a produção é exportada para os Estados Unidos, Brasil e - acreditem - Itália.
3. É uma bela bodega, que vale a pena conhecer. Projetada pelo Departamento de Engenharia da Masi - que cuida de pesquisar as rolhas até projetar os tanques, tudo para melhorar os vinhos.
4. Vi o equipamento usado no processo de passificação: prateleiras enormes recebem as uvas que descansam até perderem parte do líquido e chegarem ao ponto de passar pela fermentação. Não chegam a ficar passas, porque perdem cerca de 40% do líquido.
Tudo muito bem explicado pela Anabel.
5. Para chegar à sala de degustação, passamos por várias dependências da bodega, como o laboratório. Todas impecavelmente limpas, muito modernas e agradáveis;
6. O grande momento: a degustação. Primeiro o Passo Blanco, safra 2013, já conhecido e apreciado. Conversa vai, conversa vem e experimentamos o 2014, que ainda não chegou ao Brasil. Aí o coração vacilou, mas lembrei da frase de Paulo Laureano ("não é que um seja melhor e o outro pior; são diferentes") e resolvi desfrutar da vantagem de cada um: o descanso do primeiro e a volúpia do segundo. Na sequência, os conhecidos malbec e Passo Doble. Já não havia muita concentração, pois os pensamentos estavam todos voltados para o desconhecido - para mim - Corbec que esta ali nos tentando. Predominância da corvina sobre o malbec, ambas as uvas passificadas. Fu uma experiência inesquecível, uma paixão à primeira vista. Lembra um pouco o ripasso italiano Campofiorino, porém mais marcante, mais denso. Um quase amarone. Impressionante.
7. Sai da Masi Tupungato extremamente impressionado com o cuidado na produção dos vinhos. Só um exemplo: os engenheiros consideraram que, pela temperatura do local, a guarda dos barris não precisava ser em depósito subterrâneo, pois não adiantava muito. Construíram então o armazém com um enorme pé direito, com temperatura constante mantida pelo possante sistema de ar condicionado e a umidade é conseguida com uma parede inteira com uma cortina de água. Ali, os vinhos descansam nas barricas ate serem engarrafados.

sábado, 30 de agosto de 2014

Meu Brasil Brasileiro, a vez do nosso País

------------------------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------------------------------


Meu Brasil Brasileiro, a festa de nossa Independência,
nesta quarta, dia 3 de setembro, com muita música
 e com todos os vinhos nacionais com 10% de desconto.
Reserve já o seu lugar.

Política, política; Pátria à parte. A Petit Verdot comemora a Independência dos países produtores de vinho e agora chegou a vez do Brasil. Vamos festejar esta data histórica no dia 3, quarta-feira, a partir das 20 horas, e reforçar nosso amor pela Pátria, pois ela está acima dá política, dos governantes e dos interesses setoriais. Acima até de nossas vidas e mesmo que esse sentimento de autodefesa do País tenha sido descontruído ao longo dos tempos para justamente nos tornar dependentes.
Vamos, pois, comemorar. E com vinho brasileiro, claro. Música? brasileira, lógico.
As boas vindas serão com o espumante Fausto de Pizzatto demi-sec e depois a escolha será de cada um, democrática. Todos os vinhos brasileiros terão desconto - no dia 3 - de 10% para compras e consumo no wine bar.

A música ficará por conta da voz de Simone Duque, violão de Edilberto Abrão e teclado de Billy Motta.
Não perca tempo e reserve já o seu lugar pelo telefone 3221.6251. Couvert artístico de R$ 10


 
 
-----------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------------------

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Aconquija, a gana de fazer bons vinhos


                Passamos uma tarde agradável na Bodega Aconquija, onde pudemos compartilhar com carolina Furque – proprietária – e Alejandro Rojas – enólogo – as delícias dos vinhos ali produzidos, acompanhados de jamons e queijos artesanais. Trata-se de uma bodega modesta,  que exibe uma gana muito grande de produzir bons vinhos a preços honestos.

                Os vinhos da Aconquija estão chegando ao Brasil importados pela Amigos e Vinhos, de Curitiba, e podem ser encontrados  em Santos na Petit Verdot. Entre as novidades que provamos e ainda não chegaram está o 100% cabernet franc, que nos pareceu “domado” e que tem tudo para agradar o brasileiro. O destaque da degustação foi um chardonnay 2012 especial, com produção de apenas 800 garrafas e que ainda nem rótulo tem. Será comercializado como série especial e já reservamos algumas garrafadas para os amigos-clientes da Petit Verdot.

                Provamos também as novas safras, com destaque para a qualidade obtida com os syrah tinto e rosé. Pena que ainda não há um corte malbec-syrah, que tem feito sucesso no Brasil. Quem sabe incluir a syrah no corte que a Aconquija já tem, com malbec e tempranillo?

                A BODEGA - A ideia – louca, porém feliz – nasceu quando a família Furque visitou a região de San Carlos e conheceu uma antiga bodega, fundada em 1939. Encantados com o lugar, mais precisamente La Consulta – não resistidraram à tentação de produzir vinhos. E Alberto Furque comprou a bodega e a entregou à filha Carolina para que colocassem o sonho em prática. “Compramos a bodega em 1996. Foi uma loucura de meu pai, já que não tínhamos experiência em produzir uvas nem vinhos. Porém, o encanto do lugar e o potencial da zona vinífera nos convenceram”.

                A partir da aquisição, começou o trabalho árduo de melhorar os vinhedos e os vinhos. Equipamentos modernos foram adquiridos e a busca da qualidade passou a ser a principal característica da renovada bodega. Pouco mais da metade da propriedade de 150 hectares está cultivada com uvas como malbec, cabernet  franc, syrah, chardonnay, entre outras. Uma opção dos Furque foi de não filtrar seus vinhos, mantendo assim toda intensidade da uva. A produção atual é de apenas 90 mil garrafas por ano.