quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021


No mundo das ideias,

no mundo do vinho. Na vida!


Com Nicolas Catena, uma boa conversa

A Petit Verdot viveu exatos dez anos e, como um sonho não acaba, vai se reciclar dentro do novo normal, sempre ajudando a desvendar o fantástico mundo do vinho!



Com Vigil, amigos

Lá pelos anos 50, eu criança adorava o Natal, com Papai Noel, aqueles coisas gostosas para comer. Mas tinha também a Cesta de Natal Amaral. Meu pai pagava o ano todo uma pequena prestação, concorria a sorteios semanais, que a gente escutava pela Rádio Nacional e, em dezembro, o grande momento: a chegada daquelas maravilhas, como castanhas, doces e outras coisinhas mais que a insipiente sociedade de consumo não permitia no dia a dia. Eramos felizes e não sabíamos...



Susana Balbo me apresenta Crios Red Blend

A abertura da Cesta de Natal era uma das melhores coisas do ano e eu, já com sangue de jornalista na veia, era o mais curioso. E ansioso: afinal, tinha de pegar primeiro o vinho licoroso que vinha numa garrafa em formato de cacho de uva. Era meu e do meu irmão Roque.


Eu, Felipe Toso e Cláudia Garcia na PV
Criança, naquela época, podia dar uma bicadinha no vinho. Era uma tradição de uma família espanhola. Do licoroso, logo pulei para o Porto e as pessoas não me levam a sério hoje quando digo que esse fortificado era o vinho de minha infância...


Dona Leonor Freitas, sempre falando de vinho
Mas a gente cresce e eu cresci com o vinho. Não sou, portanto, nenhuma referência às novas gerações. O fato é que nunca deixei de gostar de vinho, mesmo que isso causasse algum desconforto: ia comprar numa loja e logo me ofereciam um inacessível ao meu bolso. Saia frustrado, meio que envergonhado, ao levar uma garrafa mais barata para casa.

Alejandro Galaz e as Ramiretes. Bons tempos
No restaurante, a coisa se repetia. Olhava o cardápio, escolhia a comida e vinha logo a vontade de acompanhá-la (não existia harmonização naquela época...) com um vinho. E a carta de vinhos era um indicativo que meu dinheiro não ia dar ou que os produtos não valiam o que era cobrado. Pedia, então, uma cerveja e não se falava mais nisso.


O grande Antonio Saramago não resistiu e cantou na PV
Já aposentado, peguei carona num projeto de minha filha Maria Luiza, chef de mão cheia, que pretendia abrir um café em Santos. Resolvemos que podia ser um ponto de encontro mais completo: além das rodas de cafezinho, poderíamos reunir os amigos para um happy hour com vinho. 

Com o irmão Nico, poesia de Neruda & vinho
Começava aí uma missão. Com o aprendizado de vida, passei a buscar bons vinhos a preços honestos para compor o portfólio da nascente Petit Verdot, sempre usando meu faro - digamos - jornalístico. Foi um trabalho árduo, principalmente pela quantidade de vinho ruim que tive que experimentar... (sejamos honestos: os bons que experimentei compensaram com folga isso. E nem era tão árduo assim...).

Alejandro Rabino, a "Expeiência Santos"

Percebi cedo que não tinha vocação para vendedor. Meu negócio era prestar serviço: descobrir qual vinho a pessoa queria beber naquele momento, no preço que queria pagar. O mais difícil sempre foi conciliar o vinho com duas pessoas de gostos diferentes: um vinho só para um casal em que um bebe vinho seco e outro doce, por exemplo.


Com Francisco Olizabal e o Vale Meão
E foi assim que a Petit Verdot se formou: democraticamente, respeitando o gosto e a vontade de cada um. É proibido empurrar vinhos mais caros, é proibido impor nossa vontade à do cliente.






Paulo Laureano de sempre

Esse espírito democrático acabou moldando o que é a Petit Verdot hoje: o que ia ser um café, uma loja com possibilidade de degustar vinhos no final da tarde acabou se transformando num wine bar. Isso aconteceu de forma natural: os clientes foram espichando o horário e raramente fechava antes da meia-noite.






Cecilia Torres, com muita honra
Isso me impressiona muito: ter um local que todos se sentem em casa. E nada mais justo, pois cada um de nossos amigos-clientes participou da formação da alma da Petit Verdot. E eu sempre me pergunto: o que seria da Petit Verdot sem esses amigos-clientes tão especiais?

A irmã Fabiana Bracco

Natural, portanto, que o sucesso da Petit Verdot seja compartilhado entre todos. Com uma taça de vinho, logicamente.

Foram exatos dez anos de muitas histórias, de muita emoção e chegou a hora de reciclar diante do novo normal.  Deixa de ter atendimento presencial no quintal mais charmoso de Santos, título concedido pelo Jornal A Tribuna, mas continuará bem pertinho de você.

Com Jean-Jacquesm na Diamandes
Aguarde, pois logo teremos novo capítulo da Petit Verdot.

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