Por José Petit Rodrigues
Revisitei em março a Bodega La Azul, em Mendoza. Não houve como segurar as recordações. Afinal, a primeira vez que estive lá foi em 2010, quando ainda era completamente desconhecida. E como conheci? Tinha comprado em Buenos Aires um guia de vinhos do Brascó/Portelli e vi que os quatro vinhos ali produzidos foram muito bem pontuados.
Com a natural curiosidade de um repórter, fui ver se aquilo era verdade na primeira ida a Mendoza. Conheci e contratei o remis/sommelier Javier Caruso e disse que era meu destino. Ele não conhecia, se informou e lá fomos para o distante Vale do Uco.
Chegamos a um grande portão azul marinho com a marca Azul. Era um barracão com dois grandes tanques de aço inoxidável e três barricas de carvalho. Uma mesinha alta na cor azul calcinha com as quatro garrafas dos vinhos produzidos e as taças. Um rapaz começou a degustação e serviu primeiro o cabernet sauvignon. Provamos e aprovamos. Aí ele passou pro malbec e eu contestei: o malbec já experimentamos.
Com paciência daqueles que perdoam os que nada sabem, ele conformou que era o malbec mesmo. E eu pensei: como pode um cabernet tão redondo, fresco, frutado. Para não dar o braço a torcer, comentei: "mas o cabernet parece malbec". Por via das dúvidas (e para destorcer o braço) sai de lá achando que o cabernet era o malbec e o malbec cabernet...
Impressionou também a precariedade do barracão onde aquelas pérolas (desculpe, vinhos...) eram guardadas. Estava frio e, atrpas de nós, havia um pequeno aquecedor desses de quarto de dormir ajudando a gente a suportar a temperatura. Marcante também foi beber vinho direto da fonte, isto é, da barrica. Foi quando conheci e usei a pipeta, que lembra uma baita seringa de injeção...
Na saída, a informação de que em Curitiba tinha os azuis. Sai com o cartão de visitas de Alejandro Fadel, o dono da vinícola. Havia no local também uma casa de dois quartos, sem mobília.
Quando comecei a pensar em abrir a Petit Verdot, já tinha uma decisão na cabeça: tinha que ter Azul. Procurei em Curitiba e não encontrei, Escrevi pro Alejando e ele passou o contato do importador, Luis Martinez. E garanti esses vinhos como carro-chefe do winebar.
Na viagem seguinte, conheci Alejandro no lendário restauarante Tupungato Divino. Almoçamos, estreitamos nossos laços. Voltei nno ano seguinte e fomos ao mesmo restaurante. Quando cheguei, ele estava acompanhado por um rapaz e conversava com uma pessoa. Esperei um pouco e, ao sentarmos, apresentou Ezequiel, seu tímido filho e explicou: estavam tratando com o arquiteto sobre o plano de abrir um restaurante na La Azul
Nenhum comentário:
Postar um comentário