Por José Rodrigues
Na minha recente viagem a Portugal, tive o prazer de visitar a Casa Ermelinda Freitas e matar a curiosidade jornalística que sempre me acompanha. Sou admirador dos vinhos dessa vinícola que conseguiu a proeza de harmonizar seus vinhos com os preços, lançando produtos honestos a preços honestos. Fiquei surpreso com o tamanho do empreendimento, que produz 12 milhões de garrafas por ano e exporta grande parte delas, inclusive para o Brasil, via Orion.
Fomos recebidos por Leonor Freitas, da terceira geração de mulheres que construíram a vinícola. Já nos conhecíamos, pois havia visitado a Petit Verdot no ano passado, quando combinamos essa visita. Ela estava um pouco preocupada e com razão: estava mantendo contatos telefônicos para agendar uma visita do presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, à Casa Dona Ermelinda. Mas nem por isso deixou de nos atender com muito carinho.

Em volta de uma mesa na varanda da área de eventos, com vista para os parreirais e as instalações da indústria de vinhos, pudemos degustar o vinho que parece ser a paixão de Leonor: o alvarinho. Sim, um alvarinho produzido em Setúbal, bem longe do Minho, a terra do vinho verde. Trata-se de uma experiência vitoriosa. Como não podia deixar de ser, é um vinho muito diferente dos alvarinhos de Moção e Melgaço. É mais untuoso, lembrando no fundo um bom chardonnay, apaixonante no paladar,

Entusiasta de seus vinhos, como a linha Terra do Pó, Leonor percebeu logo que precisaria usar tecnologia de ponta para produzir
com qualidade. Assim é que desde seus rótulos mais simples aos mais sofisticados, mantém um padrão invejável e preços muito honestos.