Ola Po: um vinho honesto, coadjuvante de uma boa conversa

Ola Po: um vinho honesto,

coadjuvante de uma boa conversa

Por José Petit Rodrigues

Honestidade é o que a gente espera de um vinho. É uma bebida especial, que tem vida e sua produção deve ter toques de carinho, cuidado com a qualidade  e, principalmente por amor de quem faz. Afinal, ele será coadjuvante de uma boa prosa com amigos e tem a função, de preferência sem influenciar muito, as relações humanas.

Nem sempre é o que ocorre. Engarrafa-se qualquer coisa pensando-se exclusivamente no preço e no lucro e, para mim, é uma heresia em termos de vinho. Portanto, honestidade é fundamental neste mercado, que deve ser ético acima de tudo.

Nos grandes vinhos, todo cuidado é pouco com a qualidade, mas é no produto do dia a dia que a gente tem dificuldade nessa garimpagem. Por isso, é uma festa quando descobrimos um vinho honesto em relação ao preço e qualidade, quando podemos abrir a garrafa sem pensar na crise econômica e sem que ele assuma o papel principal na conversa.

Uma dessas festas foi recente, quando descobri um vinho cuja informalidade começa no nome, passa pelo rótulo e chega à garganta com aquela sensação de prazer que essa bebida proporciona: Ola Po, um melorzinho chileno leve, facílimo de beber, ideal para o dia a dia e um bom papo à mesa com amigos e com precinho muito justo. Não espere um grande vinho, mas o coadjuvante para a rodada de papo em que as coisas da vida são curtidas e repassadas. Experimente que vale a pena.

E.T. E o que significa para nós a expressão chilena Ora Po? Tem polêmica, mas seria mais ou menos o "e aí" que a gente fala quando se aproxima de um amigo.