sem conflito para
produzir um grande vinho
"A técnica é fundamental,
mas o vinho sem alma não é vinho"
Por José Petit Rodrigues
Quando Fabiana Bracco chega a uma sala de degustação de vinhos, uma onda de magnetismo invade o ambiente. E ela chama muito a atenção pelo charme e elegância. Quando começa a falar de sua obra, os vinhos, tenta conseguir o equilíbrio na alma, dividindo a paixão e a razão. A alma prevalece.
Sempre ficava imaginando como ela elabora seus vinhos, com que dose de paixão e razão eles são feitos. E perguntei isso a ela, para acabar de vez com o mistério.
- Tudo na vida necessita de criatividade. Para fazer um vinho você precisa, de alguma forma, ter sonhado com ele. Muitas vezes tenho o vinho na minha cabeça, eu vejo situações antes de elas acontecerem.
Esse processo, porém, vai se adequando à natureza das coisas, ao desenvolvimento da videira, ao clima.
- Quando você vê uma planta reagindo de forma diferente, dependendo do clima, das condições do ano, a cabeça já começa a voar, pensando coisas como: este ano tem seca, ano maravilhoso para fazer um cabernet sauvignon.
Para Fabiana Bracco, isso tudo é natural:
- É impossível não acontecer com uma pessoa que está envolvida com as videiras e conhece o passado e o presente e pode, de alguma forma, adivinhar o futuro, se vai sair um grande vinho.
Na prática, fazer um vinho é um processo que envolve intuição, paixão, mas sem abandonar jamais a técnica e todo cuidado necessário à planta, à colheita, à fermentação, à guarda e ao engarrafamento. “Sempre digo que, por trás do vinho, sempre têm pessoas, e quem não entender isso está perdido”, comenta Fabiana, que explica:
- Nos trabalhamos com os dois fatores mais ingovernáveis, mais importantes do mundo: o clima e as pessoas. Não há como mudar os valores porque nós sabemos que, para fazer um vinho bom, tem o trabalho na videira, precisa de mudança de ideia no momento certo. Depende de quando vem a chuva, quando vem a seca. Quem não está envolvido no mundo do vinho de forma direta e com paixão não poder produzir um grande vinho, um vinho memorável.
E então, qual a receita para se chegar ao produto sonhado?
- Há muitas coisas, mas os fatores determinantes são o cuidado, a higiene, a faina nas videiras, o trabalho na colheita com as pessoas que estão com você.
Onde entra a alma, então?
- A técnica é fundamental. Não vou dizer que não é porque você precisa entender, precisa ter experiência, ter acumulado informações para tomar as decisões corretas. Mas o vinho sem alma não é vinho. Tudo na vida deve ser feito com paixão, com amor e uma dose extra de não sei o quê que faz a diferença para uns serem exitosos e outros não.
Os cinco vinhos da Braccobosca preferidos da Fabiana
Gran Ombu cabernet franc
Reserva Single Block petit verdot
Ombu moscatel seco
La Revuelta del Clarete ugni blanc/merlot
Reserva Single Block tannat
Os cinco vinhos produzidos no mundo preferidos da Fabiana
Chateaux Belle Brise 2002 - Pomerol
AN 2016 Callet Mallorca
Estrelas do Brasil - espumante
Valbuena 5 2012 - Vega Sicilia
Tara chardonnay - Ventisquero
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