quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Perlita chardonnay, aprovando esta novidade. E outras, na DiamAndes


                Toda vez que vou a Mendoza dou uma passada na DiamAndes, no Vale do Uco. Gosto muito dos vinhos ali produzidos e não me canso de admirar o projeto arquitetônico dessa bodega pertencente à família Bonnie, tradicional produtora de vinhos em Bordeaux. Um Tudo ali foi concebido para produzir vinhos de alta gama e não há qualquer concessão nessa linha. Tanto que o Perlita é o rótulo de entrada e é fantástico. Para quem viaja para a Argentina, lá é chamado de Diamandina.

                 A última passada pela DiamAndes, em agosto, foi excepcional. Ao lado de Ignácio Ciancio, diretor comercial da empresa, degustamos as três versões do Perlita. O malbec/syrah é velho e admirado conhecido na Petit Verdot e está momentaneamente em falta no Brasil. Muito bom, como sempre. Já conhecia o rosé de malbec de outras viagens, conhecido na Argentina por L’Argentin de Malartic. É um produto surpreendente, que fermenta apenas oito horas na casca da cepa tinta e adquire um rosado voluptuoso que mantém essa característica também no nariz.
                A surpresa ficou por conta dos brancos. O Perlita chardonnay deve chegar no final do mês ao Brasil e é mais uma demonstração do cuidado na elaboração de vinhos. O DiamAndes dessa uva é um dos melhores do mercado, embora tenha atingido um preço que afasta os consumidores, na faixa de R$ 130,00. O Perlita vem para democratizar essa questão: será vendido na faixa de R$ 70,00 e mantém as principais características do irmão mais caro e nos remete a parafrasear o nome de um romance: a sustentável leveza do ser.

foto Ioná Rodrigues
                Os dois vinhos são diferentes e a qualidade do DiamAndes é superior, como não poderia deixar de ser, mas o Perlita tem tudo para agradar e se transformar num sucesso de público no Brasil, infelizmente acostumado com vinhos produzidos com certo relaxo. A estreia ocorrerá no máximo em principío de outubro e a Petit Verdot já está na fila e será uma das primeiras a receber.
                Mas os chardonnays não param por aí. Já está pronto o Gran Reserva, cuja primeira produção teve apenas 4 mil garrafas. Trata-se de um branco de alta gama, para entrar na história dos grandes vinhos. Intenso, envolvente, apaixonante, para se beber até a última gota. Resta saber quantas garrafas virão ao Brasil.
                Incerta é a chegada do rosé Perlita, pois a importadora Magnum apenas começa a pensar em trazê-lo. Durante a degustação da DiamAndes realizada em julho na Petit Verdot essa questão foi discutida com Juarez Fernandes, o gerente comercial da Magnun e Ignácio Ciancio, da DiamAndes. Foi uma conversa longa, de tentativa de convencimento, e os frutos começam a aparecer. Que nas próximas importações tenhamos esse vinho que é um de meus rosés preferidos.
                No final da degustação, o DiamAndes de Uco, o top da bodega. Há quatro anos venho tomando os da safra 2008 e dá para sentir a evolução do vinho. A primeira garrafa era de um vinho quase pastoso de tão encorpado. Intenso, precisou de uma pequena decantação para mostrar todo seu perfume e sabor. Com o passar dos anos, ele foi perdendo essa principal característica e está mais leve, muito equilibrado. Ano a ano, ele sempre traz surpresas. É um bom vinho para comprar algumas garrafas agora e abrir uma a cada ano. (José Rodrigues)

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