domingo, 17 de outubro de 2021

Azul malbec e as boas lembranças no primeiro gole

   


Azul malbec para quem estava com saudade.

E o rosé Matilda para quem gosta de novidade

 Os vinhos da safra 2020 já estão disponíveis: malbec, sauvignon blanc e rosé Matilda. R4 90,00 a garrafa. Para compras acima de duas unidades, apenas R$ 80,00 a garrafa. Peça respondendo este e-mail. Entrega grátis para compras acima de R$ 100,


Os primeiros acordes de uma música antiga nos conduzem, frequentemente, ao tempo em que ela fez sucesso, que marcou nossas vidas. O primeiro gole de um vinho pode nos trazer a mesma sensação. Quando fui à Melipal, na Argentina, provei o Ikella malbec, de entrada. No final da degustação, o sommellier estranhou quando pedi para voltar ao primeiro, depois dos vinhaços. É que tinha gostado muito, mas estava encafifado sobre o por quê desse amor à primeira vista. Precisei de anos para saber: ao colocar na boca uma amora colhida na amoreira, lembrei-me do Ikella e logo entrei numa máquina do tempo que me conduziu à infância, quando colhia amoras maduras, espremia com um pilão e fazia meu vinho.


Ontem, passei pela mesma situação, mas não fui tão longe. Ao primeiro gole do malbec Azul 2020, bateu uma forte lembrança: Há 12 anos, em minha primeira viagem a Mendoza,, fiz questão de conhecer a Bodega La Azul, recomendada pelo jornalista Miguel Brascó, uma espécie de Robert Parker argentino. Eram poucos vinhos na vinícola, mas todos bem pontuados.

Quando estava combinando com o remis-sommellier Javier Caruso notei que ele não conhecia. No dia seguinte, informou que tinha conversado com uma amiga que lhe deu boas indicações. E fomos lá. Um grande portão azul com o logotipo e um barracão rústico. Será?... E foi. Nada de luxo: um armário de cozinha branco e azul calcinha, algumas garrafas de vinho e taças em cima. Estava frio e um pequeno e furioso aquecedor, desses que parecem ventilador, esquentava nossas costas.


Ao primeiro gole, sentimos que nada disso importava: estávamos bebendo vinhos diferentes, muito frutados e com um terroir desconhecido. Malbec e cabernet de entrada, sem madeira, o reserva amadeirado blend de malbec e cabernet e, finalmente, o grande espetáculo: o gran reserva, mesmo corte, tirado diretamente da barrica com uma pipeta. Todos produzidos num lote de 7 hectares de uma propriedade de 130. Terroir cuidadosamente selecionado, portanto.

 Anos depois conheci Alejandro Fadel e seu filho Ezequiel. Foi num restaurante no meio do deserto e Alejandro me explicou que estavam ali tratando com um arquiteto sobre o restaurante que iam montar na bodega. Na viagem seguinte, tive o raro prazer de almoçar no rústico restaurante que se tornou rapidamente um dos preferidos dos brasileiros que visitam Mendoza.

     Essa máquina do tempo é fantástica. Em segundos, entre sentir o aroma e o primeiro gole deslizar pela boca, todas essas lembranças são afloradas.

    O diferencial é que nem todos os azuis que bebi nos últimos anos provocaram essa sensação. O 2020, porém, me conduziu ao terroir típico daquele vinhedo. Mas apresentou uma diferença: é mais leve, um malbec fácil de beber, ao contrário do primeiro malbecão que experimentei lá. Outra surpresa: com apenas um ano, está muito pronto. Vamos a ele, pois, que já tem uma nova safra sendo engarrafada.



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